image1 image2 image3

A VOLTA DA FÁBRICA DE SONHOS|PORQUE NUNCA É TARDE PARA ESCREVER|QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE É UM MERO ACASO

Cartas que não foram enviadas

Hoje, sinto, a nossa história teve  várias cartas. Não enviadas e, consequentemente, não lidas.
Todas as conversas que jamais existiram.
Todas as discussões que eu deixei pra lá.
Todas as minhas verdades que eu nunca consegui dizer.
A dor que não consegui te falar.

Talvez, seja por isso que tenha acabado. Não pelas palavras que nunca cheguei a te dizer.
Mas, sim, pelo fato que eu não conseguia falar. E, quando falava, não era ouvida.

Agora? Agora já não importa mais.
Não me importo mais.
Tento não me importar mais.
Não há tempo, não há amor, não há vontade, não há energia.
Tudo se foi, passou. Acabou.

Destas cartas, poucas eu me lembro.
Algumas lágrimas, que já secaram. Sim, sinto lhe dizer. Tais feridas nem doem mais.
Já passou, não importa.

O que importa é que essas cartas não foram escritas. Não foram lidas. Ficaram esquecidas.
O que importa é que elas um dia existiram.
O que importa é que elas não foram enviadas. Tão pouco lidas.
O que importa é que elas não importam mais.

Agora, não adianta. Você me dizer, desesperada, todas as coisas que um dia eu quis ouvir.
Não ouse me chamar de fria. Insensível. Insensata.
Você jamais saberá que eu tinha pra dizer.   Você não estava pronta pra ler.

Essas cartas não existiram.
Não posso envia-las agora.
As palavras se perderam no tempo, na dor, na ausência. Agora é passado.

Você nunca saberá o que eu tinha para falar.
Pois, quando quis dizer, você não estava pronta para ouvir.

Share this:

CONVERSATION