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A VOLTA DA FÁBRICA DE SONHOS|PORQUE NUNCA É TARDE PARA ESCREVER|QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE É UM MERO ACASO

Bebendo socialmente

barman encheu três quartos do copo com a bebida incolor.
Sobre o balcão, a rapariga desanimada apoiou os cotovelos, ajeitou o vestido e sentou-se delicadamente na banqueta. Com sua mão delicada, ergueu o copo até a boca e bebeu um curto gole de gim.
A bebida era forte e não seria necessário mais do que uma dose para embriagá-la.
Sem problemas, pois sua intenção era essa. Se quisesse permanecer sóbria, teria pedido algo mais suave, ficaria a noite toda desfilando com uma taça de espumante, bebendo bem pouco.
Quando estava bêbada, sua vida tinha mais glamour, mais amigos, mais amantes, mais atenção.

Mais um gole, desta vez mais longo.

Observou as pessoas ao seu redor. Belas, sorridentes, bem vestidas e com um copo de bebida entre os dedos. Demonstravam que estavam felizes. Mas era mentira, óbvio. Ou estavam embriagadas. Ou faziam charme para levar alguém para a cama. Ou tinham ambas as intenções.

Levou o copo novamente a boca.

Os mentirosos continuavam circulando a sua frente. Ela fazia parte do teatro. Porque era bonita, bem vestida e bebia para disfarçar suas frustrações.

Mais um gole.

Já estava se sentindo mais leve. Um conhecido aproximou-se. Puxou algum assunto clichê. Um chato, pensou ela. Mas continuou com o sorriso nos lábios.

Outro gole.

A conversa já não estava tão chata. O conhecido, cada vez mais amigo e cada vez mais charmoso. Seu sorriso, ainda mais radiante.

O último gole do copo.

Largou o copo no balcão, levantou-se. Virou para seu grande amigo, sorrindo, exclamou “Poxa, que festa maravilhosa, vamos dançar?”. Puxando-o pelo o braço, foi em direção à pista de dança, sumindo na multidão.

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